terça-feira, 28 de junho de 2016

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Bairro Sustentável

BAIRRO SUSTENTÁVEL: UMA NOVA VISÃO DO MUNDO

José Raunei Gonzaga dos Santos1

1 Graduando do Semestre 5 do Curso de Engenharia Civil – Faculdade Regional de Alagoinhas –UNIRB, 2016

Resumo

Com a possível escassez de recursos naturais, a construção civil procura reduzir o seu grande

consumo e minimizar os impactos gerados pelos mesmos, através deste artigo, pode-se

analisar como a engenharia contribui em atividades como: o reuso da água e o consumo

consciente, a reutilização de materiais, a utilização da energia solar e o aproveitamento da

água pluvial. A utilização de materiais de baixo impacto ambiental exercido no mercado vem

ganhando espaço cada dia mais, alguns exemplos deles são: a construção a seco (Drywall), o

Poliestireno Expandido mais conhecido como isopor e o tijolo solo-cimento, conhecido

popularmente como tijolo ecológico. Utilizando de forma racional os recursos naturais sem

impactar o meio ambiente é possível ter um bairro seguro, confortável e ecologicamente

correto.

Palavras-chave: Tijolo Ecológico, Drywall, Estrutura Pré-moldada.

Introdução

O crescimento acelerado e não planejado das grandes cidades acarretou muitos

problemas urbanísticos, como: poluição do ar com a emissão de C02, consumo excessivo de

energia, entre outros, causando um grande impacto ambiental, como o uso do derivado do

petróleo nas estradas, areia e cimento. Hoje com o avanço tecnológico temos condições de

projetar grandes cidades, cuidando de todos os recursos mecânicos, hídricos, físicos e

químicos, de uma forma sustentável.

De acordo com Silva (2010), a prática da construção civil é um dos principais

geradores de resíduos sólidos, sendo em grande quantidade e diversificada, isso se dá devido à

falta de conscientização ambiental assim como a falta de planejamento e mão de obra não

qualificada, contribuindo para o acréscimo dos problemas ambientais.

As edificações foram projetadas e construídas com a utilização de técnicas e materiais

de baixo impacto ambiental, baixo consumo de energia e com redução de emissão de gases,

além de diferentes tipos de usos possuem táticas para a máxima utilização de ventilação

natural, reutilização da água da chuva, aquecimento solar, estratégias recomendadas pelo

sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), o maior certificado

mundial de prédios verdes.

No presente projeto, será utilizada uma estrutura pré-moldada em laje feita com

isopor, com paredes estruturais feita de tijolo ecológico e divisórias com Drywall, quanto ao

recurso hídrico, será captada toda água da chuva e armazenada em reservatório subterrâneo,

sendo bombeado todo fluido para ser reutilizada em jardim e vaso sanitário, já o esgotamento

sanitário foi criado um sistema de tratamento e assim destinado ao local apropriado sem

impactar o meio ambiente. Pensando como a Física poderia contribuir nesse avanço foram

instaladas placas solares gerando energia para o consumo das casas e todas as vias do bairro.

Para o método de reciclagem é utilizado o asfalto borracha e o bloquete (blocos feitos com a

reutilização de dejetos descartado da construção civil, muitas vezes em locais

desapropriados).

Segundo Tessari (2006), para alcançar um estágio de sustentabilidade é fundamental

uma mudança de postura por parte da sociedade com ênfase para os atores envolvidos na

cadeia produtiva da construção civil, com a adoção de ações efetivas que possibilitem a eles

aprender a avaliar seu bem-estar e as condições ambientais, implementar medidas corretivas a

curto prazo com o objetivo de reduzir os danos ambientais e também, o uso dos recursos

naturais não renováveis, priorizando a eficiência e a reciclagem.

Conforme Macedo (2007), o novo urbanismo tem atenção para o equilíbrio necessário

entre as construções, para atender as necessidades humanas e o ambiente natural, para a

preservação do patrimônio histórico, e para a participação da comunidade e gestão sobre os

espaços dos bairros.

O objetivo desta pesquisa é mostrar um novo parâmetro da engenharia civil de um

bairro sustentável, usando todos possíveis métodos aplicáveis para construir de forma segura,

ecológica e economicamente viável.

Metodologia

A metodologia do trabalho consistiu em uma pesquisa bibliográfica, partindo de

artigos disponíveis na internet em sites confiáveis, para identificar primeiramente

aplicabilidades em projetos de edificações, onde nos possibilite um modelo de construção

mais leve reduzindo a carga e diminuindo o impacto causado ao meio ambiente. Baseia-se em

um estudo exploratório do processo da construção de um bairro sustentável, e na possibilidade

de incorporação da sustentabilidade na Engenharia Civil.

Resultados e Discussão

Para diminuir o impacto ambiental na construção de um bairro, será utilizada a

estrutura pré-moldada, reduzindo o gasto com madeiras para a fabricação de fôrmas que são

utilizadas na construção de blocos dos prédios a ser construído no bairro, para reduzir os

esforços e assim ter uma construção mecanicamente mais leve, uma opção foi à laje em EPS

(Poliestireno Expandido). O isopor composto de espuma rígida de poliestireno proveniente da

expansão, é um material isolante, leve, resistente, fácil de operar e de baixo custo sendo

aplicado na construção civil visando economia energética.

Polímeros termoplásticos, termorrígidos e elastômeros podem ser transformados

em materiais expandidos quando são submetidos ao processo de espumação

onde ocorre a inclusão em sua batelada de um agente de insuflação que perante

aquecimento se decompõe e libera um gás, que proporcionará formação de bolhas

por toda a resina termoplástica fundida. (CALLISTER 2002 apud BERLOFA,

2009, P. 19).

Segundo Soares (2011), o EPS é bastante favorável na construção civil,

principalmente na fabricação de lajes, por ser leve ocasionando menor força sobre a estrutura

da construção, e também por não servir de alimentos a alguns seres vivos como a relação de

cupim e madeira.

Outra forma de reduzir a poluição foi à construção de todas as paredes estruturais com

o tijolo solo-cimento, mais conhecido como tijolo ecológico, é uma alternativa para suprir

uma carência habitacional devido ao baixo custo da construção, uma vez que busca valorizar

os materiais naturais. Além das facilidades na linha de produção é um produto de encaixe, que

dispensa grandes pilares para sustentação da estrutura, o que garante mais agilidade ao

longo da construção.

Segundo, (Mota et al, 2010), o tijolo ecológico possui solo, cimento e água em sua

composição, e a sua resistência à compressão equipara-se à do tijolo convencional. Além de

outros benefícios, o material em questão é importante devido à sua matéria-prima, que, de

acordo com Pisani (2005, p. 53), “é abundante em todo o planeta, não gasta energia para

ser queimado e possui características isolantes”, sendo assim, pode-se economizar energia

tanto na fabricação quanto no condicionamento de ambientes confortáveis.

Segundo, (Carvalho e Poroca, apud Carneiro, 2001), as paredes construídas com tijolo

de solo-cimento prensados têm comportamento térmico e durabilidade equivalentes às

construídas com tijolos ou blocos cerâmicos. Além disso, os tijolos de solo-cimento podem

ser utilizados em alvenaria de vedação ou estrutural, desde que atendam às resistências

estabelecidas nos critérios de projetos, que devem ser os mesmos aplicados aos materiais de

alvenaria convencional, bem como devem seguir as indicações de cuidados e manutenção do

material.

Pensando em como reduzir as cargas das casas construídas, ficou decidido que as

paredes internas serão construídas pelo sistema de construção a seco (drywall), sua estrutura é

composta por aço galvanizado e chapa de gesso cortado e parafusado em ambos os lados, para

isso acontecer com amplitude, os métodos construtivos convencionais foram revistos e seus

procedimentos racionalizados, por sistemas industrializados, que permitam que a obra

transforme-se em uma linha de montagem, gerando rapidez, limpeza e economia, em seu

processo. Assim, cada etapa de uma construção tem sua tecnologia e sistemas próprios,

cabendo, então, estudos detalhados e complexos de viabilidade técnica. (CAPORIONI et al,

Analisando todos os processos mecânicos da construção, a reutilização da água na área

de serviço das casas e a captação da água da chuva, foi instalado um sistema de captação,

encaminhando a mesma até uma caixa subterrânea através de um bombeamento, sendo

reutilizada em descarga e irrigação para todo o jardim, a partir daí todo fluido acumulado no

reservatório subterrâneo, será bombeado até uma caixa especifica em cada casa, fazendo

assim a utilização correta.

Como a construção civil é um grande consumidor de energia, com ajuda da física, foi

projetada placas coletoras de energia solar em que toda energia gerada pelo painel solar, passa

por um inversor solar que modifica a corrente contínua para alternada e, equaliza com

frequência da residência (60Hz), desta forma a energia solar está agora igual a da rede

elétrica.

No planejamento das vias do bairro, foi utilizado o Asfalto borracha, segundo,

Sampaio (2005), o pavimento é uma estrutura que se origina de várias camadas, como

revestimento, base, sub-base, subleito e seu reforço, que tem a função de suportar o tráfego e

fornecer um meio seguro e econômico para o transporte de pessoas e mercadorias, numerosas

pesquisas têm verificado os benefícios da incorporação de fragmentos de borracha

provenientes da reciclagem de pneus em ligantes asfálticos. Em 1963, Charles McDonald,

iniciou a pesquisa quando percebeu que os pneus triturados poderiam proporcionar um

material elástico para ser aplicado na pavimentação asfáltico.

Um material que pode ser reaproveitado é a borracha dos pneus de veículos

rodoviários, pneus estes que após o uso, são reformados ou descartados. Seguindo na

construção das vias, será utilizado nos passeios, bloquetes feito de materiais reutilizado da

construção civil, onde será triturado todos os dejetos e acrescentado agregados ao mesmo,

como: cimento e areia, criando dessa forma uma peça em concreto sustentável e resistente a

todas as cargas exercidas neles, e outro beneficio é que esses bloquetes não precisa de

argamassa para sua utilização, são inter-travados um ao outro sobre uma camada de areia,

criando assim um urbanismo moderno.

Quanto ao sistema de esgoto, o material será coletado em uma tubulação em PVC,

separadamente de água pluvial e esgotamento sanitário, onde o esgotamento será destinado a

uma lagoa de tratamento, tendo em vista todos os cuidados e tratamentos técnicos exigidos

pela Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT), NBR 12209, que fala do projeto de

tratamento de esgoto sanitário e da água pluvial levada até o rio.

Considerações Finais

Ao longo desse trabalho foi demonstrado que é possível crescer na construção civil, de

maneira consciente, avançando a cada dia sem deixar de prestar todos os parâmetros de

sustentabilidade no planejamento urbanístico das cidades, reduzindo assim os impactos

causados pelo método tradicional.

Referências

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PISANI, M. A. J. Um material de construção de baixo impacto ambiental: o tijolo de

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SOARES, Diego Mazzeo O uso do EPS na construção civil. Faculdade de Tecnologia da

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Reciclado. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da

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Área de Concentração: Engenharia Civil (2010).

TESSARI, Janaina. Utilização de Poliestireno Expandido e Potencial de Aproveitamento de

seus Resíduos pela Construção Civil. 2006. 102f. Dissertação (Mestrado em Engenharia

Civil) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

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